Uma coisa que vem surpreendendo os fãs do BBB 22 é a compulsão que Arthur Aguiar vem demonstrando por comida. O hábito do brother de estar sempre comendo pão de forma já virou meme e o ator até pediu desculpas à mulher, a coach fitness Maíra Cardi, pelos deslizes alimentares. Arthur confessou aos amigos mais próximos que apesar de ter uma alimentação regrada, desconta muito suas frustrações na comida. E o que não falta em um confinamento são frustrações!
A ansiedade e o fácil acesso aos alimentos — principalmente os industrializados, ricos em gordura e açúcar que promovem uma sensação de prazer imediato e alívio — podem agravar a situação e acabar desencadeando transtornos alimentares. E isso não apenas no confinamento de um reality show, mas também na vida cotidiana de todos.
Durante um episódio de compulsão alimentar, a pessoa consome uma grande quantidade de alimento em um curto intervalo de tempo, seguido de sentimento de culpa e de constrangimento.
“O transtorno de compulsão alimentar pode ser desencadeado por diversos motivos, como o estresse importante e fatores genéticos, dentre outros. Porém, diferente da bulimia (outro transtorno), não apresenta mecanismos compensatórios, como vômito induzido, uso de laxantes ou diuréticos”, explica o psiquiatra Ervin Cotrik, Médico Psiquiatra com residência médica pela UFRJ-IPUB e pós-graduado em Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) pelo CPAF-RJ, onde é professor e pesquisador. O profissional, no entanto, faz um alerta:
“Para a confirmação do transtorno, o indivíduo deve preencher critérios diagnósticos bem definidos. Portanto, não podemos afirmar, sem uma avaliação adequada, que o artista tenha algum transtorno alimentar, mas o tema serve de alerta para esses distúrbios”.
Tipos de transtorno alimentar
São diversos e diferentes os tipos de transtornos alimentares, mas a semelhança do que foi mostrado na TV, dois tipos podem se destacar como alerta. O transtorno de compulsão alimentar periódica (TCAP) tem como característica principal episódios recorrentes de compulsão alimentar associado a sensação de falta de controle sobre o episódio.
“Em geral, ele acontece escondido, a pessoa sozinha prefere ficar sozinha por vergonha da quantidade de alimentos. O sentimento se culpa surge em seguida. São episódios que ocorrem pelo menos 1 vez na semana, por um período de pelo menos 3 meses”, diz o doutor Ervin Cotrik.
Já a síndrome de comer noturno (SCN), a pessoa ingere pequenas porções durante a noite e apresenta três características: Anorexia matutina — quando ele evita alimentar-se durante o dia, especialmente no período da manhã; Hiperfagia vespertina e noturna — após a ausência de refeições durante o dia, ocorre um consumo exagerado de alimentos especialmente a partir das 18h; e Insônia — que leva a pessoa a comer durante a noite.
“Caso você se identifique com esses comportamentos, não pense que é besteira, procure ajuda! Não sofra sozinho, porque para essas condições existem tratamentos!”, afirma o médico.
Minibio
Médico Psiquiatra com residência médica pela UFRJ-IPUB e pós-graduado em Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) pelo CPAF-RJ, onde é professor e pesquisador desde 2010. Com mais de 12 anos de prática clínica, é membro da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e médico responsável pelo setor de Psiquiatria da CLINEDOC-RJ.
Nascido em Volta Redonda, estado do Rio, Ervin Cotrik é referência no tratamento dos transtornos mentais. Atende pacientes em consultório, realiza palestras, e está sempre disponível para consultorias e entrevistas nos diversos meios de comunicação sobre variados temas do comportamento humano.