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23/05/2022 às 19h34min - Atualizada em 24/05/2022 às 00h01min

Opinião: Desafios das escolas cristãs

*Acedriana Vicente Vogel

SALA DA NOTÍCIA Redação*

Imersa em uma sociedade de rápidas mudanças e intensas transformações que envolvem o tempo, o espaço e as linguagens, a escola precisa reavaliar as suas práticas, a fim de que faça sentido nesse cenário. Todos os envolvidos no trabalho pedagógico são impactados pelas novas realidades apresentadas, muito especialmente as crianças e os adolescentes. Nesse contexto, expandem-se ainda mais as expectativas acerca da atuação das escolas cristãs que, diante de situações tão desafiadoras, precisam se posicionar diante da comunidade escolar. Qual o papel das escolas cristãs, aquilo que as diferencia das demais?

Dados da Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (ANEC), que congrega instituições mantenedoras de estabelecimentos confessionais católicos de educação em todos os níveis, graus e modalidades, mostram que, atualmente, existem no país cerca de 350 mantenedoras, 900 escolas, 120 instituições de ensino superior e 170 de obras sociais, totalizando cerca de 1,5 milhão de alunos atendidos e, aproximadamente, 110 mil professores e funcionários representados. Diante desses números é inegável a grande abrangência social do trabalho das escolas católicas, bem como a imensa expectativa que se deposita nesse trabalho em favor da formação de pessoas mais humanizadas, engajadas em ações que promovam o bem comum.

Nesse sentido, é importante observar que as escolas católicas são comunidades educativas em que o aprendizado se alimenta da integração entre a pesquisa, o pensamento e a vida, fomentando uma cultura que valorize e compreenda as diferenças, além de estimular o diálogo e o acolhimento. Para tanto, necessita de professores alinhados com a máxima cristã que entende o amor como verbo: ação que converte o ensino em serviço para promoção humana a partir da realidade do aluno.

No contexto atual, caracterizado pela difusão de novas linguagens tecnológicas que ampliam os canais de acesso à informação, o papel da escola cristã se expande e toma novos contornos. Se transforma, também, em um espaço de reflexão que promove a construção de "filtros" para a sua comunidade, amparados em valores cristãos que ajudem a discernir entre "o joio e o trigo".

Por fim, o desafio da formação cristã que deve ser continuamente renovado. Educar para Cristo representa o saber e o acreditar: a fé. A fé na vida, a fé no outro e a fé no que virá... As escolas católicas precisam ser capazes de construir um conhecimento respeitoso sobre todas as religiões presentes em nossa sociedade, visando a formação do cidadão livre, solidário, compassivo, responsável diante da compreensão e das interrogações humanas. Afinal, o ensino em uma escola católica não está só a serviço da construção de conhecimentos, mas do ato de favorecer a descoberta de si e do outro, o desenvolvimento da competência profissional, das responsabilidades intelectuais, sociais e políticas na comunidade.

Os novos desafios das escolas cristãs são incontáveis. Porém, antes de tudo, é importante renovar a paixão em educar, como lembrou o Papa Francisco: “Não, não desanimeis diante das dificuldades apresentadas pelo desafio educativo! Educar não é uma profissão, mas uma atitude, um modo de ser; para educar é preciso sair de si mesmo e permanecer no meio dos jovens, acompanhá-los nas etapas do seu crescimento, pondo-se ao seu lado.” Essa é uma missão para todas as escolas, sobretudo as cristãs.


*Acedriana Vicente Vogel é diretora pedagógica do Sistema Positivo de Ensino
 
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