A questão da diversidade corporativa tem avançado gradualmente e, pouco a pouco, estamos vendo mais mulheres, negros, pessoas LGBTQIA+, PcD e multigerações nos times. Isso é reflexo da conscientização de empresas e profissionais que têm conseguido transformar a cultura de muitas companhias; motivo para comemorar! Ampliar o leque da diversidade tem acontecido de forma gradativa graças ao trabalho colaborativo e compartilhado das empresas, de especialistas e da militância necessária que tem se desenvolvido ao redor do assunto. Ao trazer a temática da diversidade e inclusão nota-se que, muitas vezes, ocorre identificação entre os colaboradores. Cada um tem sua história, e observar que pessoas como eles estão tendo as mesmas chances que tiveram, melhora também o clima no ambiente de trabalho, proporcionando acolhimento e humanização. Esses dois fatores contribuem muito para o ambiente corporativo, pois mostra que a gestão valoriza e se posiciona perante as diferenças, e assim consegue criar um local de trabalho seguro e longe de preconceitos. Dessa maneira, a produtividade da empresa responde e acompanha, sendo benéfico tanto para os colaboradores quanto para a companhia. Uma outra questão importante é a equidade salarial. Pagar salários iguais para homens e mulheres em cargos semelhantes é uma premissa básica, mas não é suficiente para reparar as desvantagens estruturais que recaem sobre as mulheres no mercado de trabalho. Um bom exemplo dessa inequidade que persiste é o fato de que muitas empresas optarem por não contratar candidatas que têm filhos, ou ainda são incisivas nas entrevistas questionando os planos de maternidade. As mulheres podem, devem e estão chegando ao topo nos cargos, mas o caminho ainda é longo e isso não está difundido e aplicado em muitas companhias. Múltiplos estudos e análises já comprovaram que equipes plurais são mais inovadoras, dinâmicas e com exponencial de capacidade de gerar valor para companhia, pois as diferenças somam e agregam. Na Olga Ri, empresa que eu presido, 60% dos funcionários e dois terços dos fundadores são mulheres. Para mim, a questão da identificação é forte pois, sendo homossexual, oriento a companhia a procurar e acolher trabalhadores da comunidade LGBTQIA+, além de dar oportunidades para quem está iniciando a carreira. Nesse particular, vale destacar que mais de 10% do quadro de colaboradores está em seu primeiro emprego, sem contar na contratação de pessoas que migraram de carreira após os 40 anos, apoiando as multigerações. As empresas precisam e devem se posicionar ativamente buscando manter um ambiente livre de machismo, racismo, homo e transfobia e todas as outras formas de discriminação. Devemos ainda nos manter atentos a fim de preservar os direitos conquistados e denunciar as tentativas de retrocesso, venha de onde vier. *Bruno Sindicic, CEO e cofundador da Olga Ri, startup de saladas e bowls que opera a partir de dark kitchens