O ministro da Justiça, Flávio Dino, iniciou uma investigação sobre o assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, ocorrido na noite de 14 de março de 2018. Até hoje, há dois presos acusados do crime, mas os detalhes da motivação e do indivíduo ou indivíduos responsáveis permanecem desconhecidos. Cinco anos se passaram desde o tiroteio fatal, mas todas as circunstâncias desta tragédia permanecem sem solução.
Por volta das 21h30, Marielle e Anderson foram baleados sete vezes enquanto estavam em um carro no caminho de volta de um evento do
PSOL, o partido político do qual Marielle era vereadora. Fernanda Chaves, então assessora de Marielle, também estava no veículo e só foi ferida por estilhaços de vidro. Apesar da passagem do tempo, a investigação continua a fim de descobrir a verdade e trazer justiça a este crime.
Desde a morte da vereadora Marielle Franco, houve comoção e choque em todo o mundo sobre o mais grave incidente de violência política no país. As investigações sobre o caso prosseguiram lentamente e houve inúmeras mudanças no comando. Em resposta à crescente indignação pública, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, ordenou agora que a Polícia Federal inicie uma investigação completa para descobrir “todas as circunstâncias” em torno do assassinato de Marielle e Anderson Gomes.
Horas depois do crime
O crime aconteceu por volta das 21h30, no bairro do Estácio, na região central do Rio, quando Marielle voltava de um evento organizado pelo PSOL. Na época, a principal linha de investigação da Delegacia de Homicídios era de execução.
O então Secretário de Estado de Segurança do Rio de Janeiro, Richard Nunes, determinou uma ampla investigação sobre o caso, que teria o acompanhamento do chefe da Polícia Civil, Rivaldo Barbosa.
Um ano depois do crime
Prestes a completar um ano do assassinato, o primeiro desdobramento da investigação foi deflagrado. Uma operação conjunta do Ministério Público do Rio de Janeiro e da Polícia Civil prendeu o sargento da Polícia Militar reformado Ronnie Lessa, acusado de ter sido o autor dos disparos, e o ex-policial militar Elcio Vieira de Queiroz, que teria conduzido o veículo que perseguiu o de Marielle e Anderson. Ambos estão presos em penitenciárias federais fora do Rio de Janeiro e vão a júri popular. A defesa dos acusados disse, na época, que não pensavam em fazer delação premiada. A investigação sobre os mandantes e a motivação continuava em andamento.
Quatro anos depois do crime
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A passos lentos, a investigação sobre o assassinato da vereadora e do motorista Anderson Gomes continua sem uma conclusão. Até então, os executores e a dinâmica do crime tinham sido esclarecidos, mas não houve avanço sobre o mandante e o motivo do atentado.
A arma do crime também não foi encontrada. Sabe-se que se tratava de uma submetralhadora MP-5 com munição UZZ-18, conforme a Delegacia de Homicídios e o Ministério Público. A principal suspeita é de que o objeto tenha sido jogado no mar depois que Ronnie Lessa foi preso.
Quatro anos depois, as autoridades ligadas à vereadora pediram uma explicação sobre o caso de 2018 via mídia social. Nomes como Ciro Gomes, Manuella D'Ávilla, Fernando Haddad e o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva lembraram a todos que a morte de Marielle Franco permanece sem solução.
Em maio de 2020, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para transferir a investigação sobre os assassinos da vereadora Marielle Franco e seu motorista para a esfera federal. Os ministros da Terceira Seção entenderam que não havia indícios de inércia das autoridades estatais na tentativa de resolver o ataque.
A família de Marielle também foi contra a federalização do inquérito. Cinco anos após o ataque, a pedido do ministro da Justiça e Segurança Pública Flávio Dino, a Polícia Federal do Rio de Janeiro abriu uma investigação para examinar “todas as circunstâncias” do assassinato. A portaria que estabelece a investigação foi divulgada pelo ministro na manhã desta quarta-feira, 22.
O documento destaca que é atribuição da PF “apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme.”