O Brasil é o 7º país com mais empreendedores no mundo, percentualmente, segundo o Global Entrepreneurship Monitor 2021. Essa e outras estatísticas sobre empreendedorismo no Brasil podem surpreender, mas a verdade é que o país se tornou uma máquina de empreendedores nos últimos anos.
Ter o próprio negócio, crescer em liberdade econômica e desenvolver uma solução inovadora para o mercado é o sonho de muitos brasileiros e, de fato, cerca de 20 milhões de pessoas já realizaram esse sonho.
No post de hoje, vamos explicar melhor qual o conceito de empreendedorismo, sua história no Brasil e sua importância para a economia. Compartilhamos aqui alguns números que vão te ajudar a entender o panorama geral do empreendedorismo nacional e internacionalmente.
Tudo pronto? Vamos lá!
Empreendedorismo é o fenômeno associado à atividade empreendedora, que consiste na criação ou expansão de uma atividade econômica, buscando gerar valor e identificando novos produtos, processos e mercados.
O conceito de empreendedorismo foi introduzido pelo economista franco-irlandês Richard Cantillon, no século XVIII, para se referir a “alguém que exerce um julgamento de negócios em face da incerteza”.
Um século depois, o austríaco Joseph Schumpeter consolidou o empreendedorismo como campo de estudo, ligando-o ao conceito de inovação.
Já Adam Smith, no século XX, definiu o empreendedor como um proprietário capitalista, fornecedor de capital e administrador, que se interpõe entre o trabalhador e o consumidor.
Assim, as definições para o empreendedorismo são variadas e não existe um consenso no campo acadêmico sobre o tema. De qualquer forma, o termo geralmente é usado para designar donos de negócios, sejam eles inovadores ou não.
Desde 2008, o Índice Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publica anualmente o estudo Estatísticas de Empreendedorismo que, a partir de 2016, foi integrado ao estudo Demografia das Empresas.
A pesquisa mostra o perfil socioeconômico das empresas de alto crescimento (com aumento médio do pessoal ocupado assalariado de pelo menos 20% ao ano por um período de três anos e com 10 ou mais pessoas ocupadas assalariadas no ano inicial) e também das empresas “gazelas” (subgrupo das empresas de alto crescimento com idade entre 3 e 5 anos).
A publicação traz dados como porte e idade da empresa, setores de atividade econômica, postos de trabalho assalariado, sexo e nível de escolaridade do pessoal ocupado assalariado, salários e outras remunerações.
O empreendedorismo no Brasil começou de forma mais acentuada no final do século XIX, com a construção de rodovias, ferrovias e engenhos de açúcar.
Na década de 90, após a ditadura militar e a abertura econômica para o capital estrangeiro, muitos empreendedores despontaram no país, motivados pelo aumento da competitividade.
Alguns nomes da época são Luiz de Queirós, precursor do agronegócio brasileiro, Attilio Francisco Xavier Fontana, criador da Sadia, Valentim de Santos Diniz, um dos fundadores do Pão de Açúcar, e José Ermírio de Moraes, da Sociedade Anônima Votorantim.
Do início dos anos 2000 até aqui, o número de empresas no Brasil cresceu timidamente, passando de 4,1 milhões em 2008 para 4,7 milhões em 2021. De qualquer forma, a evolução da história brasileira tornou a possibilidade de empreender no país mais favorável com o passar dos anos.
Os empreendedores têm um importante papel na economia brasileira. De acordo com o boletim do Mapa das Empresas do Ministério da Economia, as micro e pequenas empresas (MPEs) são responsáveis por 62% dos empregos e 27% do Produto Interno Bruto (PIB).
O empreendedorismo também traz novos produtos e serviços para o mercado, solucionando problemas que antes eram negligenciados, fortalece a concorrência no mercado e fornece mais opções ao consumidor.
Para o empreendedor, o novo negócio significa a geração de renda, de forma livre e autônoma, e a possibilidade de construir um patrimônio para a família.
Vejamos algumas estatísticas sobre empreendedorismo no Brasil:
O número de empreendedoras no Brasil é 10,1 milhões, representando 34% de participação feminina entre os donos de negócio no país, segundo estudo do Sebrae referente ao último trimestre de 2021.
Mas de acordo com o Global Entrepreneurship Monitor 2021, 43% dos empreendedores iniciantes são mulheres. Isso significa que, apesar de ainda serem minoria, as mulheres estão avançando e se aproximando da marca dos homens no mundo empresarial.
Os dados do Sebrae mostram que 50% das proprietárias de negócios atuam no setor de serviços, enquanto 21% estão no setor de construção.
Apesar de terem maior taxa de conclusão do ensino superior que os homens, as mulheres empreendedoras no Brasil ganham menos. Enquanto 31% dos homens possuem renda familiar acima de 6 salários mínimos, a porcentagem de mulheres nessa situação é 22%.
Além disso, as mulheres precisam dedicar 17% a menos do seu tempo no próprio negócio que os homens porque chegam a trabalhar 10,5 horas por semana a mais que os homens em afazeres domésticos e cuidados com os filhos.
Em 2021, o Brasil ficou em 7º lugar no ranking do Global Entrepreneurship Monitor, que analisou o percentual de empreendedores adultos (de 18 a 64 anos) com um negócio em operação há mais de 3,5 anos.
No ranking, o Brasil ficou atrás somente da Coreia do Sul (1º), Grécia (2º), Guatemala (3º), Cazaquistão (4º), Polônia (5º) e Turquia (6º). Em relação a 2020, o Brasil subiu 6 posições.
Todas essas estatísticas sobre empreendedorismo no Brasil mostram que grande parte dos empregos são gerados por microempresas. A maioria das empresas ativas não possui nenhum funcionário e estão instaladas fisicamente na região sudeste e sul.
O país tem mais de 14 milhões de empreendedores estabelecidos, majoritariamente homens, com idade entre 25 e 44 anos e ensino médio completo.
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