Um grupo formado basicamente por Jovens de Lajes das Aroeiras, no interior de Uauá - BA, está produzindo na própria comunidade diferentes sabores de sorvetes e picolés feitos a partir de frutas típicas da Caatinga como umbu, maracujá do mato e licuri, por exemplo.
Para muitos jovens, a ideia que possibilita a geração renda está sendo a realização de um sonho, principalmente depois que o trabalho de produção de sucos e doces de umbu e de outras frutas, que era forte na comunidade, diminuiu bastante deixando os jovens desanimados.
Os picolés e sorvetes são fabricados em uma agroindústria reivindicada pela Associação Comunitária de Lajes das Aroeira. O local, que foi totalmente reformado e equipado, faz parte de um projeto apoiado pela Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos Uauá e Curaçá (Coopercuc) e contou com aporte do Projeto Pró-Semiárido, executado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), órgão da Secretaria de Desenvolvimento Rural do Estado Bahia (SDR). Os recursos para execução das ações do Pró-Semiárido são frutos de Acordo de Empréstimo contraídos pelo Governo da Bahia junto ao Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA).
Atualmente, toda a matéria prima vem da fábrica da Coopercuc que fica em Uauá e que fornece as polpas que são transformadas em sorvetes e picolés. Essa parceira se faz necessária porque as polpas da cooperativa estão dentro dos padrões exigidos pela legislação que regula a produção de alimentos. A entidade também disponibiliza para o empreendimento dos jovens a marca "Gravatero", que também é devidamente registrada, e assim favorece na padronização dos produtos.
O Jovem Marciel da Silva Rodrigues, membro do grupo de produção local, reconhece a importância do apoio da Coopercuc, mas diz que logo os jovens devem assumir mais o processo tanto de produção como de gestão. Marciel aponta muitos benefícios que o empreendimento vai oferecer para os jovens e destaca a vantagem deles estarem se profissionalizando no ramo de sorveteria. “A gente pode tá se capacitando e formando profissionais que no futuro queiram trabalhar no ramo de sorveteria”, almeja Marciel.
“A mini-fábrica não é bem um emprego, mas uma forma para que os jovens tenham uma renda na própria comunidade”, é o que afirma Alex Rodrigues Cordeiro, jovem e animador do grupo de produção. Esse também é o pensamento da jovem Mariana Loyola, que sonha até com o retorno de jovens que por falta de oportunidade deixaram a comunidade, mas que agora possam voltar e contribuir com a agroindústria de sorvetes e picolés em Lajes.
A comunidade, que já aprovou a qualidade e o sabor dos sorvetes e picolés fabricados pelos jovens, também tem dado muito incentivo ao grupo. Isso se dá tanto por meio da associação como por meio de lideranças locais como Dona Analice Cordeiro de Moraes que ver a fábrica de picolés como mais uma possibilidade para o desenvolvimento pessoal e coletivo dos jovens de Lajes das Aroeiras.
Com todo esse apoio, os jovens só pensam positivo e até já elaboraram um Plano de Negócio. Com isso pretendem estruturar e ampliar a comercialização dos picolés e sorvetes em diversos mercados e espaços da região, como em feiras de exposições, campeonatos esportivos e eventos culturais e religioso. A intenção é que mais pessoas conheçam o quanto os frutos e sabores da caatinga geram oportunidades para o povo da região, inclusive para os jovens.
Agência Chocalho